quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Facilidade, conveniência... fazer o que é certo.

Cada dia que passa tenho mais certeza que viver é aprender. Aprender e compartilhar. aprender para saber conviver. Todos os dias eu me surpreendo com um assunto novo, novos conhecimentos, novas experiências, e sempre percebo o verdadeiro valor de tudo o que aconteceu em meu passado, que construiu os alicerces do meu presente e que fortalecerá o meu futuro.
Ontem, conversando com alguns amigos, lembravamos dos tempos de escola, dos bailes, das festas, do quanto a gente era feliz e não sabia.
Lembravamos das dificuldades que tivemos, do quanto trabalhamos... hoje somos quem somos.
Se não somos pessoas melhores, também não nos tornamos piores por conta da situação.
Eu estava me lembrando da quantidade de vezes eu viajei de carona para estudar, enquanto hoje os alunos têm 3 a 4 ônibus para transportá-los para todos os lados, gratuitamente. E ainda está ruim.
Lembrei-me das vezes que acordei cedo para ir ao serviço, mais cedo ainda para ir a aula de Educação Física. Hoje menores não podem trabalhar e, se tem idade para tanto, são dispensados da Educação Física. Tempo precioso perdido.
Lembro do quanto eu tinha que estudar porque trabalhava bastante, então, para fazer minhas provas, eu prestava bastante atenção nas aulas. E olha que eu tirava nota boa pra caramba!
Lembro do dia que eu fui fazer teste em uma Usina em Olimpia (porque a daqui a gente tem que ser duperdotado em amizades para conseguir alguma coisa, competêncio por si só, não basta), que acordei de madrugada para pegar carona, dormi na rua... nossa, tanta coisa. Tantas dificuldades que hoje me fazem valorizar ainda mais a situação em que me encontro. 
Tento reclamar o mínimo ou nada que puder.
Talvez esteja aí o grande problema: nossas crianças, hoje, não encontram dificuldades em nada que fazem. Têm tudo em suas mãos, praticamente de mãos beijadas e ainda reclamam da vida.
Estamos criando monstros, que engolirão a si próprios no futuro.
Nossas crianças devem conhecer o valor e a dificuldade que as coisas exigem. Mas cada dia as coisas estão mais fáceis para eles.
Lembro do primeiro 8 que eu tirei, na sexta série, e do quanto eu chorei por conta dele. 8!
Hoje as crianças vêem suas cadernetas com 5, 6 e ainda dão risadas. Chegasse eu em casa com um 5 para ver o que me acontecia!?
Vejo o refeitório da Escola... o quanto as crianças desperdiçam. Na minha época era como uma ração, e ninguém morreu por conta disso. Hoje eles reclamam da comida. Rs. 
Puro luxo desperdiçado.
Nossas crianças já nascem praticamente falando, e ninguém se preocupa em fazer-lhes compreender a verdadeira razão do mundo que os cerca.
Estou cercado de mercenários, hipócritas, ignorantes... e cada dia mais enojado.
Estou começando a achar que o problema sou eu!

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