quarta-feira, 8 de julho de 2009

A vida como ela é




Ontem eu escutei uma frase e achei interessante:




"A vida é uma história contada por um idiota, que não significa nada, cheia de som e furia".


Ouvi essa frase em uma série de TV, e comecei a repensar minha vida.


Curiosamente, assim que saí de casa para ir no aniversário de um primo meu, em Paulo de Faria e, depois de observar o pessoal por algum momento, percebi o enorme preço que a gente paga por nossas atitudes, sejam elas pensadas ou não.


Hoje, depois de morar quase 36 anos em Paulo de Faria, agora eu percebi que sou praticamente um desconhecido em minha terra natal. Já dedico quase 7 anos da minha vida a cidade onde leciono, Orindiúva, cidade na qual curiosamente eu sou um forasteiro.


Estou enrolado então: em uma eu sou visto como "vira-casaca" e na outra como "de fora". Tá danado!


Em Paulo de Faria, a nova geração pouco me conhece. Tem filhos de amigos meus que são praticamente desconhecidos para mim.


Perdi um bom tempo da sua juventude, hoje são todos enormes, riso.


Em Orindiúva, dedico praticamente todo meu tempo, mas a que preço?


Será que vale à pena?


Meus alunos são como filhos para mim, a ponto de eu, em alguns momentos, esquecer as filhas que tenho para me dedicar ainda mais a estes.


Já me condenaram muito por isso. Mas minhas filhas têm quem olhe por elas. Alguns alunos na Escola, não têm!


Em Orindiúva sou visto como um visionário, um utópico, uma pessoa que acredita demais em coisas que ninguém acredita que possam acontecer ou darem certo. Isso é verdade: eu realmente acredito na capacidade a pessoa. Tenho alunos fantásticos e, enquanto eu não conseguir fazer com que eles acreditem nisso, não sossegarei.


Mas eu sou um idiota por causa disso? O errado sou eu?


Acho que nunca vou saber disso.


Mas hoje sei que o tempo está passando, minha hora está chegando e que eu tive que fazer uma escolha que, no futuro, eu posso até me arrepender por tê-la feito, mas é a que meu coração mandou.


Moro em uma cidade que amo de paixão mas que não valoriza os bons filhos que tem.


Trabalho em uma cidade que julga corretos apenas os filhos seus. Quem vem de fora, é eterno forasteiro. O duro que agora eu sou um estranho nos dois lugares que acolhi.


Só o tempo vai dizer.


Um dia um aluno meu me perguntou:


_ Você já imaginou o que sua diretora vai achar quando ela ler seu blog?


Eu respondi a ele:


_ Cara, sem ofensas, se eu quizesse saber o que ela pensa de mim, eu perguntava para ela. Agora, se ela ler meu blog, o que eu vou entender é que ela sabe ler. Eu não escrevo para ela, escrevo para mim! Ninguém pode me proibir de me expressar. É um direito que eu tenho. Se alguém não gosta do que eu escrevo, tem um monte de textos bons na internet para o pessoal ler. É como TV. Se você não gosta de um canal, muda para outro e pronto!


Se eu mudar minha personalidade, acho que perco minha identidade.


Mas uma coisa eu tenho certeza: boa parte dos meus alunos, e minhas filhas, é lógico, ainda me darão muito orgulho.


O que eu vou querer em troca?


O respeito que eu sempre mereci e que sempre ofereci para as pessoas que merecem respeito.

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