segunda-feira, 11 de abril de 2011

P R O F E S S O R




Figura mais importante da humanidade

Aquele capaz de potencializar os gênios... ou diminuí-los.


Ser professor não está fácil.

A cobrança é enorme, muito maior do que suas obrigações.

E continuam lá, firmes e fortes.

Têm acontecido tanta coisa dentro do ambiente escolar que dá até medo de comentar.

O professor virou pai, mãe, responsável. É dele que cobram quando as coisas não dão certo, mas não é pra ele que voltam os olhos e as congratulações quando tudo dá certo.

Alguns viraram mercenários, prisioneiros de um sistema que só tende a piorar.

Outros estão lá, firmes e fiéis, defensores de suas disciplinas, formadores de homens.

Mas hoje vemos mães fazendo as atividades dos filhos, agredindo verbalmente os mestres por conta da capacidade teatral de seus filhos.

Vemos professores sendo ofendidos, ridicularizados, humilhados, sendo tachados de idiotas, pela total incapacidade de alguns pais de dar aos filhos aquilo que talvez seja uma de suas únicas obrigações: respeito.

Somos obrigados a ver esses pequenos gênios da dissimulação nos colocar em situações em que têmos que provar que não estamos errados. Porque certo professor nunca está.

Nossas crianças não têm mais compromisso, não sabem o que significa dignidade e se pudessem mamar até os 18 anos ainda estariam penduradas nas tetas protetoras maternas.

Mas as mães já não podem mais dar de mamar. Não só porque o leite secou (algumas ainda não descobriram isso), mas porque têm que trabalhar pra dar o sustento para sua família.

Aí cabe ao professor a difícil tarefa de fazer obrigações que não são suas, e arcar com as consequências de sua generosidade.

Alguns trocam isso tudo por dinheiro. Bônus, aumento salarial...

Eu troco todo o meu pagamento por respeito.

O respeito admitido aos grandes homens.

O dom de não ter dúvidas. De não ter sua moral abalada pelo raciocínio mórbido de um pivete.

De ter seu perfil traçado e inquestionável: ISSO EU NUNCA FARIA.

Não me julguem por algo que eu nunca fui, logo, nunca poderia ser eu.

Depois, acontecem essas tragédias, e ficam procurando a culpa nas escolas.

Domingo, o Fantástico estava parecendo as folhas do Notícias Populares. 2 horas só de tragédia.

É um fato. Deve ser mostrado.

Mas em quase toda a reportagem estavam procurando na Escola o motivo por tamanha banalidade.

Não vi, em momento algum, sua família sendo questionada. Pelo contrário, não querem nem aparecer (e estão certos), com medo de serem agredidos.

Mas se analisarmos friamente, será que boa parte dos nossos problemas não começam em casa?

Será que não ouvimos SIM demais, e depois não aceitamos mais ser questionados. E quando isso acontece, achamos que estão duvidando da nossa honestidade? Nos sentimos ameaçados, e revidamos de maneiras cruéis como essas?

Tipo assim: eu não sei quem são os culpados, mas estão entre esses que eu matei? Alguns inocentes devem ser sacrificados pela justa causa?

A família está em cacos, e estamos colocando a culpa na escola.

Ser professor, entre umas de suas atribuições, está ver seus alunos baleados e sendo baleados, indefesos, e saber que não é um super herói.

E a repórter pergunta: E AGORA? Você volta ainda para sala de aula?

Mais ridículo que isso é saber que em pouco tempo isso será esquecido, e algum idiota ainda vai tratar esse monstro como herói.

A Educação é capaz transformar o mundo. Mas isso só será capaz depois de o educador começar a ser respeitado.


Lembro do Grande Educador, ensinando seus discípulos com uma varetinha de madeira nas mãos, escrevendo na areia.


Existe uma cultura que vem de casa, mas que a muito tempo não tem chegado na escola.

O professor está segurando essa educação decadente com os dentes. E têm pagado um preço alto por isso.

Hoje têm professor morrendo antes de se aposentar. Outros, porque se aposentaram, mas todos eles têm pavor de voltar à escola. E todos eles sabem onde está o problema, mas também não adianta reclamar.

E assim vão vivendo, sofrendo e querendo...

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