Nenhuma
pena é branda ou severamente rígida se dela não tirarmos nenhum proveito para a
sociedade, para que os mesmos erros não sejam cometidos novamente. Há de se
levar em conta que a sociedade também é culpada, por aceitar que apenas os
pobres sejam condenados e colocar quem os condena em posição de destaque. Damos
aos pobres, por obrigação, mas temos orgulho é dos ricos, e de tudo que a riqueza
possa nos proporcionar.
Cabe
então a pergunta: passados todos os acontecidos, que ações efetivamente foram
vistas para que:
-
1- nossos jovens tenham pouco espaço em suas cabeças para que não se sintam
atraídos para as coisas que não prestam?
-
2 - tirando essas açõezinhas isoladas, quantas vezes você viu, efetivamente,
nas escolas ações contra bulling, pedofilia, sexualidade, erotização, gravidez
na infância, responsabilização, bebida, drogas, cigarro.. que não sejam apenas
pontuais? OSPB, EMC, disciplinas até pouco tempo essenciais foram esquecidas.
Nossas crianças não têm história, porque não tem passado. O futuro é aquilo que
lhes está sendo imposto, e eu não tenho visto isso com bons olhos, porque o que
lhes está sendo imposto é cruel e desumano.
Porque
não fazer como na época de Tiradentes, então, em que matávamos, esquartejávamos
e colocávamos os restos mortais em cada canto da cidade para dizer - olha, isso
é o que acontece com quem faz a mesma coisa?
-
3 - temos que educar nossos jovens, para não precisarmos, no futuro, puní-los.
E educar sai mais barato que punir, tendo em vista o valor de uma escola e o
valor de um presídio.
-
4 - até que algumas coisas aconteçam com a gente, não temos como ter a dimensão
de tudo o que acontece. Em alguns casos apenas se colocar no lugar das pessoas
não surte efeito, porque arrepio não é o mesmo que dor.
-
5 - enquanto o medo for maior que a clareza do certo e do errado, não teremos
um dia sequer de paz. Mas o dia que a educação formar realmente homens críticos
e conscientes das suas responsabilidades junto a sociedade, e a sociedade
deixar de ser essa coisa nojenta, cruel, sórdida, monstruosa, deixar de lado o
faça o que eu falo, mas não faça o que eu falo, teremos, sim, um mundo no qual
valerá a pena viver.
Eu
não jogo pedras, porque as mesmas pedras que atiramos podem voltar-se contra
nós. Minha luta não é por justiça, é para que o termo justiça tenha sentido.
Somente
a Educação é capaz de mudar a realidade desse país!!!
André
Dorta
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