sexta-feira, 10 de maio de 2013

 
É chocante ver o que a droga faz com uma pessoa, com uma família. Ver jovens acabando com as suas vidas, trocando sua felicidade por um "baratinho" é no mínimo deprimente. É ridículo pensar que estamos perdendo a luta contra isso. Nossos adolescentes estão caindo nessa armadilha cada dia mais cedo. Não há volta nisso. Não têm recuperação. Vivo dentro de uma escola e luto todos os dias para que essas crianças entendam que viver, é não ter a vergonha de ser feliz, e que felicidade não se compra, se conquista. Não existem maneiras de esquecer os problemas, há como amenizá-los. Isso se faz de várias maneiras. Mas com certeza uma delas não é puxando uma carreirinha de pó e se sentindo um super-homem. Acabado o efeito, você volta a ser Clark Kent meu amigo, e descobre que seu poder não está nos superpoderes que você tem, ou melhor, deveria saber disso desde o início. Teu amigo não é teu amigo porque te leva "pra lugares diferentes". Teu amigo é aquele que justamente não te deixa fazer cagada. Para! Ver meninas de 14 anos se prostituindo, entregando drogas, isso faz com que a gente se sinta muito mal. É uma sensação de impotência violenta, monstruosa. Ver essas menininhas de classe que se julga média-alta vivendo "momentinhos" e ainda servindo de exemplo para as outras crianças é no mínimo desesperador. Tem horas que eu entendo porque eu estou dentro de uma sala de aula. Vejo o tamanho da minha responsabilidade. Mas tenho a sensação que está faltando alguma coisa, que eu não consigo entender, não consigo encontrar.
É, realmente a felicidade não está nas coisas, está nas pessoas. Não está na gente, está no outro. Também não sei porque estou dizendo isso agora, porque de nada vai adiantar. Mas, como diz meu amiguinho imaginário, nada é dito quando não há quem precise escutar. Então...

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