quinta-feira, 24 de julho de 2014

Entrevista com o Professor André Dorta sobre o Projeto Piracanjuba 2014


Entrevista com o Professor André Renato Dorta souza com algumas considerações sobre o Projeto Piracanjuba 2014 

Porque Piracanjuba? 
-> porque é um peixe nativo desse nosso maravilhoso Rio e que está praticamente extinto. Nada mais justo colocar o nome dessa importante criatura de Deus. Temos que aprender a dar valor nas coisas enquanto elas ainda existem, e não lamentar e cultuá-las depois que as perdemos.

Em que consiste o projeto:
-> Fizemos ano passado com resultado acima das expectativas e faremos novamente esse ano. Consiste em uma caminhada até o Rio Grande, num caminho compreendido entre o Ginásio de Esportes Marrequinho e as margens do Rio Grande, coleta do lixo durante todo o trajeto, conscientização dos pescadores e a população ribeirinha quanto à preservação e a necessidade de não jogar lixo às margens do rio e o prejuízo que isso trará no futuro, conscientização quanto a necessidade de preservação do meio ambiente, palestra(s), estamos negociando a possibilidade de termos brincadeiras, trilhas, premiações, atividades com a molecada.
Queriamos fazer uma competição de kaiak tb, mas sem água, impossível!

Quem pode participar?
-> Todas as pessoas, sendo da população local ou não. Afinal, a natureza é um bem de todos, e todos têm responsabilidade, independente de onde estão. Mas temos privilegiado as crianças, sem desmerecer os adultos, porque são essas crianças hoje que têm mais necessidade em compreender que suas ações refletem diretamente no meio em que vivem.

É um evento político?
-> De maneira alguma. A política é a única coisa capaz de transformar uma pessoa de bem em um perfeito idiota. Não sou, não quero ser e não pretendo sequer cogitar essa possibilidade. Mas respeito quem seja. É um projeto que pretende obter resultado com ações e não com promessas. Logo, qualquer ajuda é muito bem vinda, mas desde que não seja espelhada em fins eleitoreiros.

Afinal, qual a necessidade desse projeto?
-> Na verdade, não é a necessidade desse projeto e, sim, de várias ações nesse sentido. O que estamos colhendo hoje nada mais é do que o reflexo daquilo que plantamos no passado. Infelizmente, nossas crianças não demonstram estar nem um pouco preocupadas com o futuro. Não as condeno, porque fomos iguaizinhos a elas no passado. A diferença é que tínhamos riquezas naturais e não ligávamos quanto a sua preservação. Hoje a água já começou a bater na canela, e alguns começaram a se preocupar. Mas isso não é uma preocupação de alguns e, sim, de todas as pessoas. Logo, desenvolver ações ambientais, preservacionistas, preventivas, educacionais são pontuais e necessárias. Só a educação é capaz de mudar a realidade desse nosso país.

Isso tem alguma coisa a ver com a Prainha artificial estar fechada? É algum tipo de manifestação?
-> A Prainha Artificial não está fechada por conta da natureza! Está fechada por conta da má vontade de algumas pessoas e da ganância de outras. Só isso. O projeto em nada poderá mudar essa realidade, porque isso já é resultado de relações humanas e, nesse sentido, os animais irracionais merecem mais o meu respeito. Quanto a minha opinião, por favor, prefiro me abster: você não gostaria da resposta.

Como posso participar:
-> Mantendo-se sempre ligado às notícias relacionadas ao projeto e, de alguma forma, comparecer ao evento, divulgar e, se tiver crianças, trazê-las. Afinal, esse é um evento para elas.

Que mensagem pode deixar aqui, agora, para essas futuras gerações?
-> Na verdade, não é uma mensagem, é um pedido de socorro! Não estão dando à natureza o devido respeito, agindo achando que essas reservas nunca irão acabar, e estamos percebendo e sentindo na pele que as coisas não são bem assim. As pessoas da minha geração estão sendo covardes, porque estão deixando com que essa geração cometa os nossos mesmos erros, e o resultado disso pode ser catastrófico. Tem criança que nunca viu determinadas árvores e corre o risco de nem ver. Temos uma das maiores reservas ambientas em madeira de Lei do país, e muita gente nem sabia disso e, pior, nem sabe porque e pra que isso serve. Temos animais que muita gente nem sabe que tem: Lobo Guara, Tamanduá Bandeira (inclusive, uma mãe e um filhote foram atropelados há uns 15 dias bem perto do trevo da Prainha artificial), Veado, Quati, Tatu, Paca, Cotia, Porco-espinho, Gambá, Preá, Jacaré, Onça Parda, tivemos avistamento de Onça Pintada, jaguatirica, Teiú, vários tipos de aves, inclusive araras vermelha e azul, vários répteis, anfíbios, poxa, tanta coisa, que é necessário preservar, para mantermos nosso ecossistema em perfeita harmonia. É o mínimo que possamos fazer.
Então, criançada, bora fazer o que é certo, porque Deus ajuda a quem trabalha, é honesto, merecedor, dedicado, íntegro, desprendido em relação ao outro e, independente do Deus que cultua, que o tenha sempre em mente antes das suas ações.
Só a Educação é capaz de mudar a realidade desse nosso país.

Parceiros, colaboradores, curiosos e críticos são muito bem vindos.

André Renato Dorta Souza é Tecnólogo em Processamento de Dados pelas (Unirp), Especialista em Desenvolvimento de Sistemas Sob Tecnologia Cliente/Servidor e Internet, Pedagogo (UniCOC), Especialista em Novas Tecnologias em Educação (PUC/Rio), Especialista em Gestão Ambiental em Bacias Hidrográficas (APTA- Pindorama-SP), Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância (UFF), Professor de Informática na Rede Pública de Ensino de Orindiúva, Consultor de Informática em Empresas, escritor dos livros Escola de Gênios, Informática Fácil, Que Rei Sou Eu? e O Enígma da Floresta. Atualmente se dedicando ao livro Só a Educação é capaz de mudar a realidade desse país, desde que o país mude a realidade da educação, e do educador.

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