segunda-feira, 14 de julho de 2014

Sinto saudade da época em que a gente não procurava tantos motivos pra viver


Pras pessoas que realmente se importam, uma árvore sem folhas incomoda, a não ser que saibamos que no outono ela se protege dessa maneira; um animal magricela incomoda, a não ser que saibamos que algumas mães atingem quase o ápice da inanição para não sair de perto e não desproteger a cria; uma cobra enrolada em um rato pode nos causar pavor, tanto por dó da cobra, quanto por pavor de ratos, ou pela dureza da imagem.
Anda meio difícil, hoje, entender até que pondo as pessoas estão comprometidas umas com as outras e até onde vai o interesse apenas.
Havia uma época em que as pessoas ficavam felizes com as conquistas do outro. Hoje é uma mescla de inveja e rancor que eleva o cidadão a um patamar de vampiro: não sendo meu, desde que não seja seu, é o que basta.
Isso anda me enojando.
Tinha uma época em que sabíamos ou compreendíamos as pessoas.
Hoje, as atribulações do mundo moderno nos transformou de amigos a concorrentes, mesmo que não estejamos concorrendo a nada.
O feio ficou bonito, o errado ficou certo, e as pessoas de bem já não sabem mais pra que lado correr, porque, de uma maneira ou de outra, sempre são as que são mais afetadas, porque o resto não está nem aí.
Sinto saudade da época em que a gente não procurava tantos motivos pra viver. Viver já era um belo motivo.

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