quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Calos que a vida te acrescenta


Quando eu olho para minhas mãos eu vejo os calos que a vida me impôs. Vejo as cicatrizes de uma longa jornada pra chegar até aqui. Alguns desses calos já não aparecem mais. Outros são extremamente visíveis. Mas qualquer um deles simboliza toda uma história de luta, sofrimento, dor, derrotas, vitórias, fracassos, sucessos... Acima de tudo, de vida.
Quando olho para as minhas mãos, calejadas, um filme passa em minha cabeça. Relembro todos os momentos, felizes ou tristes, e vejo o quão importantes eles foram para que eu pudesse me tornar a pessoa que me tornei.
Quando olho para minhas mãos, então, vejo muita gente.
Muita gente que ainda faz parte da minha vida, muita gente que hoje já não faz parte mais. Muita gente que já se foi. Muita gente.
Quando olho para minhas mãos, calejadas ou não, vejo o quanto o tempo passa depressa. Porque a última vez que eu pensei em olhar para essas mesmas mãos, muito menos sofridas e talvez bem mais cheias de esperanças, eu era ainda criança.
Inocência de mãos de criança.
Então, quando olho para essas minhas mãos calejadas, sinto saudade da época em que eu era criança, que podia simplesmente correr pro colo da mamãe que a gente se sentia protegido.
Quando olho para minhas mãos, vejo que ainda tem espaço para muito mais calos.

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