segunda-feira, 15 de junho de 2009

Em resposta a uma amiga que admiro muito.

Achei melhor responder como post doque como resposta de comentário, por se tratar de uma pessoa que admiro muito. Sábia como sempre, Laine, minha amiga, minha companheira de facul.
O assunto é interessante mesmo, e merece ser tratado com paciência. O TOQUE DE RECOLHER realmente divide opiniões e, muitas vezes, algumas pessoas até perdem a razão por julgá-lo, atualmente, como única solução para os problemas comportamentais desses nossos jovens.
Minha pergunta é simples e minha resposta também:
É justo alguém pagar pelos erros dos outros?
Não! Lógico que não.
Se hoje temos jovens comportamentalmente desiquilibrados não é a sociedade que deve pagar por isso. Em algum momento de sua formação, esses jovens tiveram seu comportamento distorcido, e são os pais que devem pagar pelos seus erros.
Ora André, você acabou de dizer que ninguém deve pagar pelos erros dos outros, porque afirmar que os pais devem ser penalizados então?
Porque a responsabilidade por esse tipo de formação social é dos pais, não da sociedade.
Esses até podem pedir socorro quando um filho excede seus limites: se formos comparar a formação dos pais de hoje com os pais de antigamente (a maior parte deles nem sabia ler e escrever), podemos dizer que o mundo evoluiu muito rapidamente e estes não conseguiram acompanhar sua evolução. Então, como educar filhos partindo-se de princípios até então distantes da sua realidade? Isso é um fato.
Nesse ponto, acredito sim que a sociedade, a partir de seus mecanismos de defesa da criança e do adolescente, devam intervir. Mas no início, desde a Escola, desde sua formação intelectual inicial. Tudo isso pode ser diagnosticado desde o berçário.
Aí eu concordo com você. A Escola hoje está um caos. Ninguém obedece porque, honestamente, ninguém sabe quem manda. Um verdadeira bagunça. Meu caso, então, nem te conto. Tudo o que eu falo vira uma tempestade. Conseguem distorcer tudo aquilo que eu tento usar como forma de ajudar. Tenho certeza que esse comentário mesmo vai ser impresso, entregue para coordenador, diretor, secretários, prefeito e o escambau, e que acharão que eu estou falando "mal" da Escola que eu leciono. Acredito que ninguém goste daqui mais do que eu.
Pena que é meu último ano aqui.
Para você ver, minha paciência não tem limites minha amiga.
Sou um camundongo disputando comiga com gatos diariamente. Mas não me deixo abater, porque sei que meu objetivo é muito maior que meu trajeto até chegar nele!
Nossas crianças chegaram ao ponto em que estão porque têm o que falar mas não têm quem as escute. São geniais, mas vejo sua genialidade indo pelo ralo da ignorância das salas de aula, com professores não conseguem valorizar nem a si próprios e dirigentes que que não sabem valorizar nem o que é seu.
A Escola de hoje beira o ridículo.
Virou a pedagogia do resultado. Lutam para obter um resultado que eleve o nível da Escola, depois, lutam para não deixá-lo cair. E a criança nessa história toda?
Mas o que devemos fazer então? Desistir?
Desistir é para os fracos, e eu não sou fraco, nem você!
Mas precisamos ser ouvidos e, se não conseguimos da maneira que deveria ser, que a façamos da maneira que for preciso.
Devemos tornar a Escola um ambiente mais agradável porque queremos que nossos filhos sejam pessoas de valor.
Respondendo sua pergunta, tem solução sim.
Uma casa começa pelo alicerce. A educação de uma criança começa em casa.
Não podemos enclausurar nossas crianças achando que isso só vai bastar.
Devemos dar a elas condições de sobreviver nesse mundo moderno, em iguais condições, oferecendo a elas tudo o que necessitam para isso.
E se ainda assim tivermos ovelhas desgarradas?
Mas aí eu te pergundo minha amiga maravilhosa: que graça teria a Escola se todos nela fossem anjos e os problemas ficassem do portão para fora?
Obrigado por existir.

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