quinta-feira, 18 de junho de 2009

EXCELENTE OBSERVAÇÃO, VERALICE...

Como se trata de um assunto de extrema relevância para todos, e como eu fiz com a minha sábia amiga Laine, também vou responder seu comentário em um novo post.
Mas entenda: eu não sou contra o toque de recolher apenas por ele se tratar de um abuso aos "bons filhos", QUE EXISTEM SIM. Eu entendo que o problema é EDUCACIONAL. Quem convive diariamente com crianças percebe isso facilmente. E vou te dar um exemplo bem claro: Você lembra a nossa primeira turma de Agentes Jovens? Diga-me dessa turma quantos viraram marginais? Tim, Vagner, João Paulo, Eder, entre tantos, todos eles viraram cidadãos dignos e trabalhadores, batalhadores e formadores de opinião. Críticos. Agora lembre da nossa segunda turma que, por motivos políticos, essa corja que habita nosso meio, tivemos que entregar bem no começo de nossos trabalhos. As crianças tinham computação, teatro, reforço escolar, educação religiosa, entre outras coisas. Iam todos os dias no projeto, porque eram cobrados. Adoravam. Depois que saímos, passaram a ir só tomar o café da manhã e ir embora para casa. Ridículo. Quem saiu ganhando com isso? Aponte-me um deles que, de uma maneira ou de outra, não desviou sua conduta? Dá até nojo. Meninas que eram uns amores com a gente, delicadas e prestativas, viraram prostitutas. É aí que eu me apego na afirmação que, se temos uma linha educacional constante e duradoura, podemos sim formar cidadãos conscientes, críticos, etc. Errar todo mundo erra, não devemos acreditar que nossos jovens também não errarão. Mas mais errado ainda é acreditar que enclausurar as nossas crianças resolverá o problema. Os pais de hoje não têm pulso, na maioria dos casos, porque a situação foi sendo "empurrada com a barriga" até chegar em um ponto que, provavelmente, não tem mais solução.
Mas se estes pais estivessem sendo cobrados desde o início, se estivessem realmente comprometidos com a educação dessa criança, tenho certeza que a situação seria outra.
Não podemos corrigir um erro com outro!
O correto, então, é não deixar acontecer coisas que acontecem, justamente, por politicagem. Vamos lá: você tem total consciência de que as crianças que freqüentam a creche do Centro, aos sábados ou aos outros dias, provavelmente terão possibilidades bem maiores, porque são tratadas com amor, afeto, carinho, compreensão, dedicação... Mas tudo isso seria bem melhor se tudo isso acontecesse com elas, em primeiro lugar em casa, e depois, desde o berçário. Sabe porque isso não acontece? Porque as Políticas Públicas em educação visam um resultado impossível de acontecer, da maneira que vêm sendo executado! É só você ver que dão mais valor a certos departamentos que a Assistência Social. Acabaram de perder, aí na nossa cidade, uma grande pessoa para cuidar dos projetos. Porque? Porque julgam investir na formação dos nossos cidadãos um dinheiro mal gasto.
Bem gasto é o que é aplicado nos presídios, de certo.
É errado dizer que devemos acabar com uma doença exterminando os doentes. Tem-se que conviver com essa doença, que a tornemos o menos dolorosa possível, e que campanhas sejam feitas para que sua incidência diminua. É como a dengue: nunca vai acabar, porque as Políticas Públicas na área da saúde são precárias, pois o assunto só é tratado quando atinge proporções estratosféricas. Vera, minha amiga: todos os caminhos remetem à educação. Mas não essa ridícula que existe hoje. Nossas Escolas viraram depósitos de gente. Esquecemos, desde o início, que lidamos com seres humanos e quando percebemos isso já é tarde demais. Não devemos esperar que um pé de jaca dê laranja. Pais mal formados e despreparados com certeza terão filhos de mesma natureza. Só a Educação é capaz e mudar isso. Mas essa deve começar desde os primeiros dias de vida.
Beijo minha amiga

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