sábado, 7 de novembro de 2009

A gente não nasce, começa a morrer

Desde quando Papai do Céu nos manda para cá não viemos para nascer, viemos para aprender a morrer. Desde a nossa vinda, na verdade, ele apenas está nos preparando para nossa volta. Viemos apenas para nos aperfeiçoar, nos melhorar e, talvez, melhorar a vida das outras pessoas também. Mas o destino de tudo que é vivo é a morte.
Tem uma frase de Ariano Suassuna que eu vivo repetinho, mas que é uma das mais geniais de toda a história:

"Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que transforma todos os seres vivos em um só bando de condenados... Porque tudo que é vivo, morre".
Deus nos faz "perfeitos". Nós é que pegamos esse tecido divino e vez ou outra, fazemos um rasgo aqui, outro ali... Mesmo assim nosso Pai Eterno vem e costura os nossos deslizes com a sua agulha da Sabedoria Divina.
Seria Deus, então, um Costureiro Celestial de Almas?
Bem mais que isso: Ele é um pedaço de nós e nós somos um pedaço dele. O único pedaço que nos faz compreender nossa essência divina. Nossa única parte intocável, a parte lógica de nossa existência. Aquela semente que "teima" em nos levar sempre para o melhor lugar, fazer as melhores coisas, agir da melhor maneira... a amar. Nossa parte que teimamos em não dar ouvidos, mas que ela sempre "teima" em não nos abandonar.
Nós somos apenas um tecido, que um dia vai se deteriorar, e isso acontece desde o momento em que nascemos. Quando isso acontecer, voltaremos ao lugar de onde partimos, com a certeza de que a vida nada mais é do que uma troca de pele. E cada vez que esta é trocada, sentimos ainda mais falta do lugar de onde viemos, e percebemos que a morte é apenas um reencontro.
Pois a única certeza que temos da vida, é que um dia ela acaba.
Pois tudo que é vivo, um dia morre!!!

André Dorta
07/10/2009

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