quinta-feira, 25 de março de 2010

De quem, afinal, é a responsabilidade sobre nossos filhos?

Afinal, de quem é a responsabilidade de nossos filhos?
E dos filhos de nossos filhos?
E dos filhos dos outros?
Faz algum tempo que eu tenho esccrito sobre isso e, juro, em todas as vezes, tento não me influenciar pela condição de professor. Estes, por sinal, já estão de cabelo em pé faz muito tempo, mas aceitaram um condição que não era sua e agora estão pagando o preço mais alto.
Honestamente, sou meio radical em relação a isso: para mim, a Assistência Social só serveria se fizesse realmente a função assistencial. Hoje é um mercado negro da miséria. Eu entendo que só pode ter filhos quem tem condições de cuidar deles, porque, afinal, quem acaba pagando por tudo isso é a sociedade. Ter filhos, em algumas regiões, virou meio de vida. Que custos uma mulher tem para ter um filho? Praticamente o governo banca tudo, da um montão de mêses de licença maternidade para a cidadão (não que isso não seja justo, lógico que é), paga salário maternidade e depois a mulher só tem que matricular a criança em uma creche ou escola para receber o Bolsa Familia. Tenha paciência. Por favor, não quero ser compreendido de maneira errada. Quero fazer entender que não adianta nada querermos mudar uma sociedade se culturalmente ela já está perdida. A mãe manda o filho para a escola, e dele fica livre por, no mínimo, 5 horas no seu dia. Escola não é depósito de gente, cansei de falar isso já. A Assistência Social, então, deveria fazer completamente o inverso do que faz. Note que as pessoas que têm condições de criar seus filhos têm, em média, entre 1 a 3 filhos, ao passo que as que não têm, de 4 para cima. Quem paga essa conta?
Não estou dizendo aqui que mulher, a partir de hoje, não pode mais ter filhos. Ora, me diga quais contraceptivos hoje não são gratúitos? É mais barato operar uma mulher para que ela não tenha mais filhos do que tratar do cidadãozinho a vida inteira. Isso não tem lógica. Tem país que os pais podem ter um número X de filhos, senão tem que pagar multa. Aqui ter filho é meio de vida.
Você deve estar se perguntando: o que a escola tem a ver com isso tudo? Qual a explicação para o título desse post?
Não gostaria de assustar ninguém, mas a situação chegou a um ponto que dificilmente terá volta.
Antigamente, os professores eram respeitados, unicamente porque exerciam a função somente de professores. Tecnicamente, até, em algumos momentos, davam seus pitaquinhos na formação moral das crianças, mas sua preocupação principal era a intelectual. Tanto isso é verdade que hoje não lembramos com carinho dos nossos mestres. Porque? Porque a vida toda queriamos ser como eles.
Hoje, a mãe vai na escola e não coloca só o dedo não, coiloca a mão inteira na cara do professor porque seu filho tirou nota baixa.
Mas os próprios professores aceitaram essa situação, calados, e agora querem se desvencilhar dela. Durante algum tempo, o professor se julgou mais importante que os pais. Amargo engano. São responsabilidades distintas, mas ligadas com laços tão fortes quanto os laços familiares. Porque você acha que, em boa parte da sua vida, um professor é chamado por seus alunos de TIO?
Cabe aos pais o tipo de educação que não é de responsabilidade de nenhum professor, porque respeito se aprende em casa. Aquele respeito que tinhamos pelos nossos pais, pelos nossos irmãos, pelos nossos avós, que hoje, não se sabe porque, desapareceu. Se as crianças não respeitam nem seus pais, o que sobra para os professores?
Eu entendo que esses pais deveriam ser mais cobrados, que, ao invés de apenas receber, eles deveriam ter uma parcela maior na responsabilidade de seus filhos. Hoje esses pais, honestamente, não demonstram muita preocupação com isso. Por favor, a generalidade, nesse momento, é necessária. Sabemos que existem pessoas e "pessoas".
O dia que formos realmente cobrados pelos filhos que nós colocamos no mundo, talvez pensariamos bem mais em qualidade que quantidade.
Estamos enchendo nosso planeta de pessoas ridiculas, cada vez mais ridículas. Pobres de sentimentos, por serem filhos de pessoas que se preocupam mais com o bolso do que com seus próprios filhos. Nosso planeta está pedindo ajuda faz tempo, justamente pela qualidade das pessoas que vivem nele.
Ir em reunião de pais não é sinal que estes preocupam-se com seus filhos. preocupam-se realmente com seus filhos aqueles que lhes dando condições de sobreviver humanamente e honestamente (isso é o mais importante) nesse nosso mundo.
O que acontece nas escolas hoje é que as crianças não sabem porque estão lá, mas têm a real sensação que estão lá somente porque seus pais estão ocupados trabalhando.
Nova função para os professores: babá.
Se não conseguimos criar nossos filhos, o certo é não tê-los.
Mas se os tivemos, temos que dar condições a eles para que estes sejam pessoas cada dia melhores. Um bom passo para isso é respeitar os professores com o devido grau que estes merecem. Mas estou falando também de PROFESSORES. Não destes aventureiros que ñão tiveram competência para seguir uma carreira e acabaram caindo de para-quedas na educação, graças à instituições que nunca deveriam ter existido, mas que ajudaram a constituir esse nosso "querido " país.
A educação moral de nossos filhos é de nossa responsabilidade. Seus atos são nossos atos, até que eles compreendam o valor destes. A formação intelectual é de responsabilidade dos professores que escolhemos para nossos filhos, e que também são filhos e que poderão ter filhos.
O que importa é saber realmente a responsabilidade de cada um nessa cadeia.

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