terça-feira, 21 de setembro de 2010

Convicções

Essa semana acredito estar sofrendo de TPA (Tensão Pré-Aniversário).
É. É dificil encarar que o tempo passou, e que nossos sonhos têm ficado cada vez mais distantes.
Mas do que eu posso reclamar também não é?
Tenho uma familia linda, duas filhas que se eu tivesse encomendado talvez não viessem perfeitas como vieram, uma esposa que tem uma paciência muito maior do que eu mereço.
Mas eu estou com um choro encravado no peito que não sai, e não me dá trégua.
Esse final de ano tem sido tão bom pra mim, mas eu não me conformo com as coisas não serem aqui da maneira que eu gostaria que fossem.
Semana passada fui fazer um curso em Águas de Lindóia. Fazer curso não, fui premiado. Convivi durante uma semana com pessoas que respiram o mesmo ar que eu. Pessoas que respiram, têm compromisso, vivenciam a Educação de uma maneira que eu acreditava que nunca existisse.
Conheci um cara fantástico, JAIRTON, que fui premiado em conviver durante 5 dias, e que em tão pouco tempo me mostrou que pessoas como eu realmente existem. Eu não sou doente. Eu realmente acredito na Educação desse País, apesar de na minha região o pessoal não dar muita bola pra isso. Nem Jesus conseguiu agradar a todo mundo, porque eu conseguiria?
Convivi com pessoas que me mostraram que eu não sou tão pequeno como imaginava que era.
Acho que consegui demonstrar o valor que minha região merece ter, mesmo que essa não reconheça o valor que eu acredito merecer ter.
Mas eu precisava disso. E como precisava.
Tem coisas que eu não acho justo, mas desisti.
Joguei a toalha.
Chega!
Vou me dedicar mais a mim agora. A minha formação. Vou dar uma melhorada boa no meu currículo, e voltar aquela vida brava de dar aula particular das 07:00 da manhã até as 22:00 da noite.
Engana-se quem acha que eu estou reclamando.
Foi a época mais feliz da minha vida.
Não existe um aluno meu dessa época que não se deu bem na vida, graças à Deus.
Fico muito mais que feliz com isso.
É sinal que eu fiz um bom trabalho.
Mas eu não quero mais convites. Não quero mais pessoas me dizendo que eu estou perdendo meu tempo aqui, porque eu não acredito nisso. Eu não estou perdendo meu tempo com pessoas que precisam de mim.
Foda-se se elas não acreditam no meu potencial.
Foda-se não... cansei.
É hora de eu reconhecer a idade que agora eu tenho, me situar no meu novo mundo.
Não posso fazer as pessoas entenderem as coisas na marra.
Mas também não posso me matar. E eu estou me matando aos poucos.
Fui obrigado a ficar longe da sala de aula durante 3 intermináveis meses.
Nossa, é muita gente pra agradar.
Mas eu preciso viver.
Preciso desengasgar essa lágrima que não sai do meu peito.
Desisti de querer respeito, de querer que as pessoas reconheçam o valor que eu acredito ter.
Já não preciso mostrar mais nada a ninguém.
Já não preciso provar mais nada a mim mesmo.
Já me considero um vencedor. Pra mim já está bom.
Em Águas de Lindóia convivi com pessoas maravilhosas, de um nível que eu descobri que eu pertenço.
Agora é hora de colocar o pé no freio, e viver de acordo com a velocidade da vida que eu preciso ter, não da vida que eu levo.
Acabou a época de fazer graça pras pessoas. Já não preciso mais provar que eu sou bom, em todos os sentidos.
Decidi me afastar alguns anos, e me dedicar ao pouco tempo que me resta.
Vou trabalhar mais, mas também vou viver mais.
Chega dessa história de morar numa cidade que só valoriza quem vem de fora, e trabalhar numa cidade que só valoriza quem é de lá.
Chega.
Eu moro no BRASIL. Não importa se com Z ou com S.
Decidi me matar aos poucos para poder viver mais.
Então, se eu morrer amanhã, não quero que me procurem no meu túmulo, porque eu não estarei lá.

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