segunda-feira, 4 de abril de 2011

Educação X Escola de Qualidade X Ações de Desenvolvimento Social


O desenvolvimento de ações educacionais é um problema de todos os educadores e/ou envolvidos de alguma forma no processo educacional, mas também da sociedade, que é afetada pelos “deslizes”, “erros”, “equívocos” estabelecidos dentro do ambiente educacional. Na qualidade de educadores, vivenciamos essas situações na pele, porque somos sempre os apontados quando, vez ou outra, apontam a Educação tanto quanto a solução quanto à razão pelas desigualdades sociais no Brasil. Mas o desenvolvimento da educação também é, de uma forma geral, de responsabilidade de todos os cidadãos e, em uma visão mais consciente, a Escola, por possuir um papel muito importante e fundamental na formação desse cidadão, por participar de grande parte do percurso de sua vida e da formação da sua personalidade, pode surgir, sim, como um fator determinante na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.



O grande problema encontrado no desenvolvimento de projetos que visam a aplicações sociais dentro da escola é a dificuldade de encontrar um “link” entre o conteúdo tratado e a sociedade. Quando se trata da educação do novo cidadão, consciente das suas responsabilidades no meio em que vive e racional mediante o retorno de suas ações, não pode haver enganos ou equívocos. Tratar alguns assuntos de forma interdisciplinar não deveria ser um transtorno, pelo contrário: somente juntas as disciplinas podem fazer o sentido que o educando necessita para compreender-se inserido em um processo que o resultado e sempre a sua qualificação para viver e saber conviver na sociedade em que está inserido.


Não deve haver “ciúmes”, não deve haver “heróis”.



Somos todos partes de um mesmo quebra-cabeças e cada uma dessas peças é essencial na formação desse “ser - humano” tão desejado.



Criou-se a situação repugnante de achar que a escola é a solução de todos os problemas do Brasil e dos que vivem nele, o que não é em 100% verdade. Os problemas do nosso país se resolveriam se tivéssemos famílias mais sólidas e fortalecidas, que não necessitassem ou quisessem colocar suas crianças à mercê de uma educação ou formação pessoal encomendada: os professores, em tese, não são responsáveis pela educação que deveríamos ter em casa. Mas, em partes, é uma situação que vem se arrastando à décadas e o governo, esse sim, têm grande responsabilidade sobre isso.


O grande problema é como se educa, o que se ensina, porque e para que se ensina. A Escola se tornou um depósito de gente. A estrutura familiar, a sociedade e os conceitos sociais mudaram, mas a Escola continuou a mesma. Hoje não temos mais aqueles pais que saiam em busca do sustento e aquelas mães que cuidavam do aconchego do lar e de verificar de perto a educação dos seus filhos. Hoje, tanto os pais como as mães ou os responsáveis por essas crianças se vêem praticamente obrigados a delegar suas responsabilidades em relação àquela “educação formal” as mãos de terceiros, a mercê da própria sorte e, pior, tendo na Escola, talvez, o único ambiente em que estas estejam realmente seguras. Estamos delegando à Escola poderes que não são suas, e tentando deixar de fora desse processo aqueles que realmente são os maiores interessados: os pais.


Não é deixar a criança o dia inteiro na escola que vai solucionar os problemas do nosso país. É a qualidade desse convívio que será capaz de transformar o “nosso mundo”. É dar a elas um ambiente mais agradável, sadio e interessante em que se respire cultura.


Aliado a tudo isso, deve-se valorizar o profissional da educação. Isso não quer dizer apenas na visão salarial, mas também não delegar a esses educadores a função de pais e mães substitutos. Os educadores são aliados importantes em um processo, mas não a causa e efeito dele.


Colocar as crianças frente-a-frente com situações que lhes possibilitem questionar o ambiente que os cerca e se questionarem como responsáveis pelo mundo onde vivem é dar-lhes a possibilidade de interferir, produzir, multiplicar, melhorar... consertar.


Dar à criança a oportunidade de expressar seus pensamentos é uma oportunidade de ouro para podermos lapidar a sua personalidade, tornando-os cidadãos mais responsáveis e conscientes.

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