sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Até quando?


Até quando?
Até quando vamos deixar que a hipocrisia nos comande, que a ganância nos governe e a intolerância nos rotule?
Até quando vamos continuar silenciosos à desigualdade, à fome.
Até quando vamos nos eximir de todas as nossas culpas colocando a nossa frente sempre aquela máxima: "o que os olhos não veem, o coração não sente"?
Até quando vamos pagar preços exorbitantes por coisas supérfluas e ridículas apenas por status e exposição social?
Até quando vamos ver o mundo caindo sobre nossas cabeças sem que tomemos qualquer providência?
Até quando?
Até quando os inocentes continuarão calados e inertes? Isso já não é mais inocência, é conivência!
Acostumar-se ao peso não quer dizer que você deve carregá-lo a vida toda.
Até quando aceitar calar-se?
Até quando aceitar cegar-se?
Até quando sujar a louça apenas para ter o que limpar, porque o que havia de comer já não existe mais?

Até que a sua única esperança seja Deus?

Você está fazendo a sua parte?
Se não, até quando?

Gasparzinho

Um comentário:

  1. Hoje em dia, vivemos num mundo cheio de coisas superficiais. As pessoas se ocupam daquilo que é supérfluo. Vivem num mundo de hipocrisia, de fantasia, priorizando as aparências, tentando desesperadamente acreditar na própria ilusão. "Viver é fácil, com os olhos fechados, confundindo tudo que você vê" (Strawberry Fields Forever - Lennon/Mcartney). O Facebook está repleto de rostos felizes, sorrisos brilhantes e condutas impecáveis. A maior parte dessas pessoas se esquece do que tem em volta, do que as trouxe até ali, e das lutas travadas ao seu redor. Ignoram os problemas, "são bem resolvidas", como me disseram outro dia. Sim, como alguém que entra em seu carro e liga o ar condicionado, e finge que lá fora está fazendo um calor infernal. Ou fecha o vidro do carro, quando um pedinte se aproxima no sinal. Ou manifesta seu luto incondicional diante das tragédias de Paris ou de Mariana/MG, com os comentários de que "o que está acontecendo com o mundo", e os onipresentes emoticons, com caretinhas choramingando, uma indignação que chega a emocionar, se verdadeira fosse. Faço minha a sua indagação às pessoas, acrescentando um "realmente": você está realmente fazendo a sua parte? Se não, até quando?

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