segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O que eu vejo

O que eu vejo


Vejo crianças andando seminuas, pelas ruas,
Crianças morrendo de fome, crianças nascendo sem pai no nome e adolescentes perdendo o juízo, sem sentido.
Um mundo vivendo sem vida, tentando curar uma ferida de uma perna que já foi amputada, por nada.

De gente vivendo em desespero, angústia, destempero e medo,
Porque a mensagem não chegou, porque o aparelho não mais ligou ou porque acordou muito cedo. Tenho medo.
De um dia não restar mais lembrança, do tempo que eu era criança e o dia tinha muito mais que 24 horas.
Do tempo que aprendíamos nas Escolas.
Hoje vejo desesperança em pessoas que ainda fazem planos,
Vejo com o passar dos anos que nada saiu do lugar.
Que num abrir e fechar de olhos,
do sangue, a saliva e aos poros, o gosto alegre da infância plena,
que julgava achar pequena, hoje me faz falta.
De achar que a cobrança era alta, mas só se cobra de quem se acredita.
Meninas chamando gostar de paixão, paixão de amor no coração mas passando longe do sentido mais amplo da vida, dom mais precioso do ser humano.
Salvo em mero engano, afirmo e confirmo: o seu bem mais precioso você só se dará conta,
quando estiver de mala pronta e não puder mais voltar,
Maltrapilho, desnudo e podre,
Só restará o que souber sobre,
Tudo aquilo que viveu, conheceu, absorveu e deixou de bom,
E vai descobrir que a vida é um dom,
Que só quem está prestes a perdê-la, sabe o valor que tem.
Vejo crianças seminuas, pelas ruas.
Vejo cada dia menos crianças.

>>> ... <<<

Nenhum comentário:

Postar um comentário